Você é uma mãe que encoraja ou que enfraquece seu filho?

Lembro do dia que estávamos com amigos em volta da mesa. Uma de minhas filhas, ainda pequena, se aproximou de um móvel bem mais alto que ela e tentou pegar um brinquedo.

Tentou de várias formas.

Eu, só olhava. O pai também.

Percebemos que nossos amigos estavam incomodados. Mais com nossa falta de reação e iniciativa do que pela aflição da minha filha que só crescia diante de sua dificuldade.

Até que muitos minutos depois – muitos mesmo – ela teve a ideia de pegar um banquinho e da ponta dos pés tentar pegar o tal brinquedo.

Tentou várias vezes, até que enfim, conseguiu!

Não sei quem ficou mais aliviada: minha filha com a conquista, ou nossos amigos que estavam quase pegando o brinquedo pra ela.

Eles estavam visivelmente incomodados com a nossa indiferença e com as tentativas frustradas da minha filha.

Nesse dia especificamente conseguimos vê-la passando por dificuldade sem levantar um dedo e ela superou o desafio.

Em outros nos menos desafios, falhamos como pais, e colocamos o “brinquedo” mais perto.

Somos pais buscando as melhores condições e não a perfeição.

Falhamos muito tentando acertar.

Naquele dia especifico tudo estava calmo e tranquilo e ela bem em nossa visão e controle.

O pior que podia acontecer era ela cair do banquinho. Que nem tinha muita altura. Ou seja, era um risco, mas um risco sobre controle, digamos assim.

Agora, com elas jovens e uma delas longe de casa, no menor sinal de aflição, ficamos mais aflitos ainda. As aflições delas, de nossas duas adolescentes, não estão mais sobre o nosso olhar. Muito menos sobre o nosso controle!

O que nos resta então é confiar e descansar seguros do que fizemos até aqui, e dos pequenos obstáculos, que mesmo pequenos, as deixamos superar.

A gente só consegue superar o grande, depois de superar vários pequenos.

Superação é como um músculo: quando mais você exercita, mais ele cresce.

Mais forte, com mais tônus ele fica. Mais força, maior a capacidade de sustentar.

Pode ver a sua volta: as pessoas que são mais flexíveis e aceitam melhor as condições mais complexas são justamente aquelas que sobreviveram às maiores dificuldades na vida.

Tiveram que superar tantas barreiras, tantas dificuldades, tantas pedras no meio do caminho, que ficaram quase que especialistas em superação.

Eu não sei se você já participou de grupos de mães de escola. Fiquei sabendo que muitas usam o grupo pra pedir a lição de casa que o filho esqueceu de copiar, ou melhor, de tirar foto da lousa. Outras comentam que pararam tudo que estavam fazendo para levar o trabalho que o filho esqueceu em casa. Outras ainda, segundo a amiga que faz parte desse grupo, e contou, pedem datas de prova, porque a menina não consegue se organizar e lembrar…

Penso como serão esses filhos no mercado de trabalho daqui poucos anos.

Se não aprenderam a se responsabilizar e arcar com as consequências de sua falta de atenção e tiveram lá as mães para fazer o trabalho que era deles, quem irá ensinar responsabilidade e consequência pra eles?

A vida?

O mercado de trabalho?

O líder?

O sucesso começa em casa.

Começa com uma mãe que sabe que o filho sempre consegue mais do que mostra.

Uma mãe que confia no filho, mais, muito mais do que ele mesmo.

Sucesso de um filho começa com uma mãe que lhe diz que ele é bom no que faz, mas que não lhe diz que ele é melhor que o …

Com uma mãe que ensina com a boca e com sua vida que o amigo que “parece” diferente e esquisito, é mais parecido com ele no que importa que qualquer irmão de sangue.

Que ninguém é mais que ninguém. Nem menos.

Que ninguém gosta e merece apelidos que não tem palavras de carinho.

Nem no diminutivo. Que pessoas são chamadas pelo nome ou sobrenome.

Que frustração faz parte da vida. Não existe uma vida sem frustração e rejeição.

Por mais que a gente queira fazer por eles, por mais amados que sejam irão experimentar a dor da rejeição e da frustração. Nem que seja na escolha do time de vôlei. E está tudo bem.

Nossos filhos são maravilhosos, especiais e únicos: para nós!

Para o mundo e no mundo só não serão mais um, se fizerem por onde.

Se fizerem a diferença que querem ver.

Se fizerem a parte que lhes cabe.

Se usarem bem todos os talentos que tem, devolvendo pro mundo e não só guardando pra si e para os seus.

Se forem humildes.

Se souberem respeitar.

Se aprenderem desde cedo, a superar as pequenas dificuldades e desafios.

Isso é claro, se nós as mães, permitirem.

Que Deus nos ajude a encontrar forças pra encorajar cada vez mais nossos filhos.

Um Dia das Mães abençoado pra você!

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Te encontro lá!

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