Renata Passos - Mentora de Mulheres

Renata Passos - Mentora de Mulheres
Bom dia

TRABALHO E CARREIRA

Trabalho e carreira: você quer escolher ou ser escolhido?

Dez entre dez revistas e artigos sobre gestão e carreira sempre descrevem as competências que o mercado espera de um profissional que vão muito além das exigências técnicas.

São elas: adaptabilidade, criatividade, iniciativa, facilidade de comunicação, facilidade de relacionamento interpessoal, capacidade de resolver problemas, capacidade para trabalhar em equipe, liderança, empreendedorismo, domínio das novas tecnologias de comunicação e informação, entre outras…

A questão é, onde acharemos este profissional?

Olho para minhas duas filhas e fico pensando em como será o futuro profissional delas.

Daqui a alguns anos o que o mercado exigirá?

Outro dia atendi um jovem recém formado que estava em diferentes fases do processo de seleção de empresas de grande porte para trainee.

Em cada empresa ele estava em uma determinada fase. Em uma delas, já estava na quarta fase e ainda não tinha nem ao menos passado em frente da empresa. Todo o processo, até ali, havia acontecido de maneira virtual, assim como ele soube da vaga, por rede social.

Vivemos um tempo de jovens tecnicamente mais qualificados. Sabem acessar qualquer coisa, de qualquer lugar. O conhecimento, antes restrito as salas de aulas, ganha novas fronteiras e
todas as experiências, inclusive as vividas fora do ambiente acadêmico são muito bem vindas.

No processo de seleção, sugeri a um cliente que usasse uma experiência de seu intercâmbio no exterior como demonstração de seu espírito de equipe, de sua liderança e principalmente de sua capacidade de assumir riscos. Onde mais um jovem que nunca trabalhou vai buscar experiência que não seja em sua trajetória de vida?

Ah, e vamos combinar, a vida vai além, muito além das salas de aulas e dos muros de nossas casas!

Que bom se conseguíssemos colocar nos nossos currículos tudo o que consideramos de relevante em nossa história!

O que o mercado pedirá em um anúncio de emprego daqui a alguns anos eu não tenho a menor ideia, mas se eu fosse escrever um agora, escreveria assim:

“Precisamos com urgência:

Gente que tenha brilho nos olhos.

Que não fique reclamando as oportunidades que não teve e dos chefes que não o valorizaram.

Gente cheia de iniciativa e “acabativa”, que comece e que não desanime ou pare antes do fim.

Precisamos de pessoas que nos ajudem a encontrar soluções e que, de maneira alguma, procure culpados.

Queremos gente que assuma os erros e suporte suas conseqüências.

Pessoas que vejam algo fora do lugar e tenham a iniciativa de colocar de volta, sem alarmes.

Gente que respeite a concorrência, mas que, de forma nenhuma, tenha atitudes desleais.

Queremos gente que queira muito mais que salário, benefícios e previdência privada.

Procuramos pessoas que tenham um sentido e um significado maior na vida do que a sua própria vida.

Recrutamos para início imediato, pessoa que consiga olhar para o outro de maneira bondosa, com amor e respeito.

Pessoas que saibam seus talentos e fraquezas e que os use na prática!

Que só se ocupe com sua própria vida e se preocupe – de verdade – em alavancar as forças do outro.

Pessoas que tenham disponibilidade total para partilhar momentos e que saibam viver em comunidade.

Gente que não precise de um aviso na cozinha ou no banheiro com o modo de usar de cada ambiente.

Gente que goste de arte, teatro, boa música, chocolate, batata-frita, mas não todos os dias.

Gente que saiba usar as mídias sociais e que não se deixe ser usado por elas.

Queremos um tipo de pessoa que não precisa levar celular para cada cômodo da empresa, e que não sinta calafrios quando não está on-line.

Gente que perceba que vive em comunidade real e que precisa ajudar quem não teve a mesma sorte.

Gente para início imediato, que seja simples, que goste de coisas simples e que admire sua família e reconheça todos os seus esforços.

Gente que tenha orgulho de suas raízes e que tenha prazer no almoço de domingo!”

Tenho certeza que tem muita gente assim por aí, cheias de virtudes, mas que se deixa dominar por outros valores que não são os seus.

Querem se moldar ao mercado e perdem suas virtudes, suas forças.

No fim, acaba ficando tudo meio igual, meio moldado, sem essência.

Hoje vejo tanta gente se qualificando, não sei mais nem no que, para fazer o que não sabem, em um lugar que eles não têm a menor ideia!

Se eu pudesse, ah se eu pudesse, gostaria que toda qualificação exigida pelas melhores empresas para se trabalhar começasse pelo reconhecimento das virtudes que cada candidato possui.

Quem preencher as virtudes acima terá competência de sobra para fazer o que quiser, onde quiser e como quiser.

Um profissional assim, não é escolhido pelas empresas, é ele que escolhe onde quer trabalhar!

Eu não estou dizendo que é fácil, mas tenho certeza: é possível!

Simples assim, só isso mais nada!

 

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